quarta-feira, 17 de agosto de 2011

segunda parte (continuando )

Ambos viviamos para os nossos filhos e por eles abdicámos de muita coisa que a vida dá, mas se fosse hoje fazia o mesmo. O vosso bisavô José Lopes, faleceu  novo e a vossa bisavó era uma pessoa muito doente ,daí  terem os filhos de receber a herança que lhes coube e dar o usufruto das mesmas á mãe .O que coube ao avô Sesinando vocês sabem ,mas ele era bancário ,não ia deixar o seu emprego para tratar do campo.. Os vossos pais já estavam encaminhados ,as despesas eram muitas e depois de ouvir pela milionésima vez « uns bocados de terra tão bons e sem serem explorados convenientemente .» decidi agarrar essa responsabilidade e com os conhecimentos (de ver fazer) e a grande compreensão e harmonia que sempre existio entre nós ir para a frente com a agricultura. O vosso avô ficou feliz e eu também adorava o que fazia (era o emprego que nunca tive e de que sentia falta) . Á noite estudavamos os nossos planos no dia seguinte punha-os em marcha .Vinha todos os dias de Loulé a Amaro-Gonçalves, orientar o serviço etudo caminhava sobre rodas.Dava-me um enorme prazer encher o armazem de fruta e mais tarde virem os camiões carregá-la para ser vendida em Coimbra ,Sobral de Monte Agraço, Arruda dos vinhos e tantos outros.Carregar ,pesar , fazer a conta e receber o cheque ,que á noitinha quando chegava a casa entregava ao avô,porque ele é que era ogerente-contabilista da nossa  casa. Estou a falar dos pomares de laranjas com já devem ter percebido. Além disso houve também a plantação da vinha de uva de mesa e a resttruturação total do Viena. Tudo passou pelas minhas mãos ,por isso hoje estão tão deformadas..........    Fizemos o que pudemos e sempre com a conivencia e o apoio de ambos. Fui feliz nesse tempo !!!!!!!!!!      T ive que travar algumas lutas momentaneas porque era eu que estava no local, ,mas tudo se resolveu e hoje tenho muitas saudades desse tempo .-----Dizem que todo o homem para ser completo, tem que plantar uma árvore , ter um filho e escrever um livro -----Eu não sou homen mas sinto que cumpri a missão. Ajudei a plantar centenas de árvores, tive 2 filhos e escrevinho estes rascunhos para vos entreter , são despretenciosos mas verdadeiros e fazem parte da minha vida passada ,que foi rica mas que a certa altura o mal tinha que fazer das suas . Como todos sabem o vosso avô com apenas cinquenta e oito anos  começou a sofrer do mal que o vitimou aos sessenta e quatro.anos.Aí a minha vida parou e toda a alegria que pus no meu trabalho acabou ,porque  já não tinha quem comigo  repartisse a  luta e o amor que pusemos em tudo o que produzimos. A minha saúde já estava muito abalada porque desde os 40 anos que sofro desta artrite que me há-de ir deformando cadavez mais . É a vida e eu tento vivê-la o melhor que posso ,sem dar muito trabalho aos meusqueridos familiares.!!!!!!!!!!!

( Continuando ,pelo casamento.)

Ora vamos lá falar dum assunto muito sério na vida de qualquer pessoa , ocasamento . Ñão deve ser feito de ãnimo leve ,pois geralmente é no casamento que passamos a maior parte da nossa vida . Senão vejamos ,no meu caso : Vivi 17 anos descontraidos com a minha família (pais e avós paternos) com bons, muito bons e alguns conflitos próprios dos jovens . Vivi 41 anos com o vosso avô , também com bons e menos bons momentos o que é natural em todos os casais. Agora vivo há 20 anos viuva ,com a felicidade de vos ter e serem todos muito meus amigos e a liberdade que nunca tive durante 58 anos de vida .Parece uma charada!!!!!!!!!!! . Da minha infancia e juventude já mais ou menos falei , do meu tempo de casada vou falar agora.  --- O meu casamento foi normalíssimo ,pois onde impera o respeito ,a confiança e o amor mútuos , só pode dar certo. Não foi um casamento de paixão, mas foi-se alicerçando a pouco e pouco e dar de si com muita abnegação , e pôr o interesse no bem-viver , ultrapassou todas as divergencias que há em todos os casais. Nunca estivemos zangados de um dia para o outro ,porque eu era incapaz de me ir deitar sem dialogar e exclarecer o porquê da zanga., Nunca perdoaria,isso sim ,ofensas pessoais , faltas de respeito ou ofensas físicas Todo o casal em que um dos conjugues bate e maltrata a família  ,não é casal são BESTAS HUMANAS. Odeio essas atitudes.-----isto é o introito ,porque a parte activa vem a seguir.        Tive a maior felicidade que uma mulher pode ter na vida , fui Mãe duas vezes e isso preencheu alguma lacuna que eu podia sentir àcerca de me ter casado tão nova. Os meus filhos foram e são tudo para mim a eles dediquei todos os tesouros escondidos no meu coração e por eles lutei e ainda luto para viver.    Depois de casada vivi em diversas terras pois o emprego do vosso avô assim o permitia.Passados seis anos de casada estabelizámos dezanove anos em Loulé.,onde os vossos pais fizeram a escola primária .O pai Amandio foi depois para Évora, onde estudou na Escola de Regentes Agrícolas, . A mãe Margarida ,depois do Liceu Nacional de Faro ,foi para Lisboa ,o resto sabem vocês. Adorava os meus filhos ,eramos como três irmãos e o ter-me afastado deles foi muito doloroso.  ( continua )

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fim de tarde lindo e lembrei-me vir até ao meu blogue..

O quente mês de Agosto algarvio já vai adiantado e daí, as minhas noites de insónias ,por causa do calor,.Toda a necessidade que senti no ano passado,de começar a deixar-vos recordações  da minha vida passada,voltou a tentar-me de novo. Daí olhando para os meus 78 anos pensei que tenho que continuar,porque o tempo pode já ser breve.e eu tenho tantas coisas escondidas no sótão do meu pensamento ...
  Escrevi no último rascunho `acerca do meu casamento muito temporão ,mas era assim a vida nos anos 40.Como já vos disse ,sempre adorei todas as manifestações de arte,talvez porque convivi muito em miuda e foi-me dado o previlégio de ouvir muito cedo boa música e actuar em récitas ,dançar bastante,ler  muito e ver bom cinema , o que naquela altura não era muito vulgar. Fui uma priveligiada,mas não era muito comum,naquele tempo.Tenho pensado muitas vezes que nasci fora d´época.
  Como volto a dizer casei muito jovem, por volta dos meus 15 anos tive dois factos na minha vida que me fizeram hibernar e só dei por mim aos 17 anos a caminho do casamento. Não estejam a fazer conjecturas,porque não foram males de amor. A obediencia á família estava em primeiro lugar e uma birrinha teimosa da minha parte fez o resto.Deixei de estudar e fui-me casar. Hoje penso ! com 17 anos ,oque sabia eu da vida? Quando acordei da hibernação ,já estava casada e tudo o que até ali me tinha dado prazer,foi posto de parte.Só passados muitos anos é que voltei a fazer algo que tinha ficado em stand bay,como fazer parte dum grupo coral e aprender a pintar a óleo. ( tudo isto por volta dos meus 50 anos.). Foi tarde mas consegui.Hoje já nada disso faço,mas ficou a consolação de tê-lo feito.Noutro dia vou-vos falar do meu casamento em si,que durou até ao falecimento precoce do vosso avõ Sesinando. ( 41 anos).BJS